Uma vez, quando eu era adolescente, minha avó me perguntou: “você não tem medo de sair e ser assaltada?”. Eu tinha muitos medos, mas este não era um deles. Diferente de minha avó, que vivia numa casa cheia de grades, com zero vida social, eu tinha e tenho prazer de conviver com outras pessoas, fazer amizades e me divertir. Respondi que eu poderia ser assaltada saindo ou ficando em casa, e, sendo assim, preferia sair e me divertir.
Dizem que perdemos 100% das batalhas que não lutamos. É verdade. Alguns defendem seu medo mencionando as muitas notícias que o reforçam. Notícias de assaltos e outros crimes. E o espaço para os casos de sucesso, incluindo seu próprio sucesso, de todas as vezes que saiu sem ser assaltado, de todo o tempo que desfruta de boa saúde, dos trabalhos e empregos que já conseguiu, e tudo mais? Não tem?
Um nome para essa mania de dar excessiva ênfase ao lado feio das coisas é ingratidão. E ingratidão não se refere necessariamente a outra pessoa. Quando eu prestei vestibular eu confiava na minha inteligência. Eu nunca me preocupei com quantos candidatos por vaga existiam. Pensava simplesmente que uma vaga seria minha e os demais candidatos disputariam as outras. Deu certo. Existiam chances de dar errado, mas possivelmente por não dar importância a elas, eu passei duas vezes em primeiro lugar no vestibular e entrei num MBA em marketing numa das melhores instituições do país nesta área.
Nycka, the nomad
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