Nesta semana eu comemorei 22 anos do dia que saí da minha cidade natal para morar fora. Foi no distante 3 de agosto de 1998 que isso aconteceu. E como em qualquer data realmente importante, olho pra trás e vejo quanta coisa mudou, quantos preconceitos eu tinha e não tenho mais, quanto aprendi, quanta bobagem eu fiz também e tudo que aprendi com elas.
Tive a coragem de sair por aí sem ninguém como referência, experimentar, conhecer pessoas, lugares, idiomas, culturas. E, nos últimos anos, conhecer profundamente a mim mesma. E percebi com isso muito erros e acertos com muito mais clareza, o que me dá melhor direcionamento para o futuro.
A experiência do viajante é diferente daquela que o nômade tem. O nômade busca o lugar que sua alma possa chamar de lar. Ou ao menos é isso que eu busco hoje. As escolhas que fiz no passado não foram tão nobres, mas também seguiam critérios de interesse pessoal.
Sai uma lista de prós e contras? Sim! Prós e contras da minha experiência, mas que podem ser úteis para a sua.
Prós:
- A maior vantagem é justamente a oportunidade de me conhecer melhor, de me expor a novas pessoas e situações e ir definindo o que gosto e o que não gosto através dessas experiências e escolhas.
- Em seguida vem um aumento orgânico dos meus círculos sociais. Não tem nada a ver com redes sociais, mas com quem eu conheço pessoalmente, que está um passo mais perto de ser amigo que alguém que simplesmente lê este blog ou me segue nas redes sociais.
- E tem também o enriquecimento cultural, que é um dos principais motivos que me fez sair de onde nasci.
- A liberdade de gerenciar minha própria vida, de tropeçar e acertar conforme minhas próprias escolhas.
Certamente tem outras vantagens, mas listei as quatro mais importantes pra mim, sendo que a primeira engloba muitas outras relacionadas, como a aquisição ou o fortalecimento de características como a adaptabilidade, criatividade, assertividade, e muitas outras.
Contras:
- Talvez o grande contra seja nunca ter todos os amigos no mesmo lugar. É sobre ter dias que dá uma vontade de simplesmente sentar e ouvir música com uma pessoa específica e ela estar a centenas ou milhares de quilômetros de onde estou. Mas sabendo que mesmo entre minhas amigas do colégio nem todas permanecem na mesma cidade, talvez esse distanciamento físico ocorra de qualquer forma. Ou mesmo o distanciamento porque uma pessoa da turma casou e outras estão solteiras e essa mudança de foco também interfere em algumas amizades.
- Dá trabalho arrumar as coisas para mudar. Mesmo tendo um estilo de vida relativamente minimalista. Mesmo assim, e ciente do trabalho de mudar com um gato, tem mais mudança nos meus planos.
- As escolhas de onde e como morar. Isso rende um post com prós e contras de cada opção, mas não creio que eu escreva sobre isso nos próximos dias. Neste caso aqui, estou pensando só nos contras. 😂 A maioria das minhas experiências nesse campo foi ruim. Mas sobrevivi.
- Administração financeira. Sair de uma vida que eu ganhava um salário mínimo e tinha casa, comida e roupa lavada pra uma de administrar meus gastos, incluindo aluguel, supermercado e tudo mais, deu um trabalho infernal. Hoje eu sei onde errei (antes tarde do que nunca), mas mesmo sendo muito responsável com dinheiro, ou justamente por isso, sei que esse ponto também pode complicar a vida de outras pessoas.
No balanço geral, os pontos positivos são mais relevantes que os negativos.
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Nycka, the Nomad
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