🇧🇷 Viagens e línguas estrangeiras

Vale a pena investir em viagens e em estudar idiomas estrangeiros?
Eu poderia responder com um enfático sim. Mas prefiro fazer algumas perguntas para que você descubra se suas experiências de viagem valeram a pena, se suas viagens futuras podem ser aproveitadas ao máximo ou se seu perfil não se alinha ao aproveitamento máximo da experiência, e outras para refletir sobre o uso de línguas estrangeiras em sua vida. Depois farei uma avaliação mais aprofundada.
  1. Quais são seus objetivos profissionais de longo prazo?
  2. Qual seu interesse na cultura dos países onde o idioma que pensa em estudar é falado como língua oficial?
  3. Quão aberto à diversidade e a diferentes modos de pensar e agir você é?
  4. O que você sabe sobre a cultura do local que pretende visitar?
  5. O que existe de diferente, instigante e único naquele lugar?
  6. Como é o clima do lugar? Você está preparado para enfrentar as condições climáticas no período que planeja estar lá?
  7. Já leu meu texto sobre como elaborar seu próprio roteiro de viagem aqui no blog?
Quando investimos em algo, desejamos ter um retorno. Não necessariamente um retorno financeiro. A maioria das pessoas que conheço que fala bem ao menos um idioma estrangeiro é por ter interesse cultural em comunicar-se com falantes daquele idioma. Certamente existem casos de gente que estuda para ter no currículo, porque para qualquer vaga de emprego razoável hoje em dia o inglês é obrigatório. Mas esta motivação dificilmente gera bons falantes, então se sua motivação não está ligada ao interesse de abrir sua cabeça pra novas culturas, os frutos que vai colher podem não ser muito suculentos.
No caso das viagens, existe quem viaje só para curtir uma praia sem compromisso ou para fazer compras, mas essas motivações, embora válidas, não agregam valor à vida. Conhecer pontos turísticos, em si, também é algo de pouco valor. De que adianta ir a Paris e ver a Monalisa no Louvre se você não percebe as diferenças entre uma obra medíocre e uma obra genial? Ver só porque é uma parada obrigatória, algo que está no roteiro de todo turista e toda agência de viagem? Não seja tão trouxa! Dizer numa roda de amigos que foi a Paris e visitou o Louvre não faz diferença nenhuma, a menos que seus amigos não costumem viajar. E se precisa de amigos tão medíocres pra se sentir por cima, seu ego é frágil demais. Precisa evoluir mais como ser humano.
O que traz retorno em viagens é procurar o que existe de culturalmente interessante e único naquele local e ter uma mentalidade de busca constante pelo enriquecimento cultural. Quer ir ao Louvre? Seja coerente e habitue-se a visitar os museus de sua cidade, as exposições de diferentes artistas, depois visite também outros museus, em outras cidades, observe as diferenças entre as obras, os detalhes, siga artistas nas redes sociais e observe como seu trabalho é feito. Cada obra tem uma história por trás. Por isso a importância de fazer seu próprio planejamento. Além disso, tomar todas as decisões sobre uma viagem sem ajuda de agência é um excelente exercício de autoconfiança e amadurecimento.
Eu mencionei o Louvre, mas para qualquer ponto turístico, em qualquer país, é interessante observar os motivos daquele local ou monumento serem pontos turísticos. Já passei por muitas cidades pequenas com imagens que lembram a do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. O que diferencia aquelas estátuas do famoso monumento carioca?
Um nômade cultural é quem tira o maior proveito de cada lugar, enriquecendo-se com a cultura local, fazendo amizades com gente de todo o mundo, exercitando o cérebro sem deixar a aparência física de lado. Será que você está aproveitando ao máximo as oportunidades que se abrem ao viajar?
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Nycka, the nomad

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