🇧🇷 O que saber antes de morar em Curitiba

Eu sou do estado de Minas Gerais e antes de morar em Curitiba também vivi em Porto Alegre. E fui praticamente sem saber nada, embora já tivesse ido à cidade algumas vezes pra show e outras gracinhas. Vou compartilhar com vocês algumas coisas úteis pra saber antes de morar em Curitiba.

Curitiba é a maior cidade do sul do Brasil. Está a menos de uma hora de vôo da cidade de São Paulo. Tem um aeroporto internacional e fácil acesso às principais capitais do Brasil.

Dizem que curitibano é fechado. No começo, eu achei. Depois de um tempo, gente que nunca vi passou a puxar conversa comigo na fila do supermercado, no shopping, no museu... Mas conheço a casa de pouquíssimas pessoas na cidade (hmm… tem poucas que conhecem a minha também… 😊). Estou reclamando de barriga cheia, porque até passei o natal com a família de amigos uma vez.

Uma coisa legal: várias pessoas quando visitam a casa de alguém pela primeira vez levam um presentinho para a pessoa visitada. Acho fofo! 

Faz frio. É mais frio que Porto Alegre. Mesmo no verão. É raro passar de 30 graus no verão e quando passa pode saber que vai chover e esfriar. No inverno, já peguei temperaturas negativas e até nevou, mas eu não vi a neve. Vi só um vídeo que uma amiga que acorda cedo fez. 😁 Quando acordei não tinha mais sinal de neve. Sobre o clima, o que mais curto é a neblina… é bonito demais de ver, estando dentro de casa ou em um lugar alto. Deve ser incrível de ver do mirante, meu ponto turístico preferido da cidade.

A vista lá de cima vale a pena. E no chão de todo o andar lá em cima tem um mapa da cidade. É lindo!

Ah… e chove. Muitos dias no ano. Se você é uma pessoa fresca que não sai na rua se chover, vai ter de mudar de hábito em Curitiba. Na marra. Mas geralmente são chuvas finas (garoa, como dizem os paulistanos). As chuvas fortes passam rápido. As finas podem durar o dia todo.

Se você tem tendência à depressão sazonal (aquela tristeza inexplicável em dias nublados)… também vai ter de aprender a mudar isso por aqui. Eu tinha. Hoje acho que aguentaria na boa o inverno finlandês (que praticamente não tem luz solar… fica noite por meses).

Felizmente não costuma chover muito no inverno.

Como faz um frio danado (para padrões brasileiros), se você vier de lugares quentes sugiro observar o chuveiro de onde for morar. Aqueles chuveiros elétricos merreca que vendem no supermercado não dão conta do frio daqui. Os chuveiros elétricos mais potentes resolvem bem, ao menos se forem de 220v como o que tem no meu apartamento (um lorenzetti advanced, que de bônus é fácil de trocar a resistência. Bendito eletricista que trocou pra mim… haha. O que tinha quando mudei não prestava pra nada). Chuveiro a gás vai bem também.

Também por causa do frio, piso cerâmico é uma péssima ideia. Carpete ou piso de madeira é melhor.

No centro e bairros vizinhos a vizinhança tem muuuuitos cachorros. Se você se incomoda com cachorros… vá morar num sítio.

E se você tem cachorro, aprenda a catar as cacas do seu quando levar ele pra passear. Digo isso porque tive cachorro a vida toda e nunca vi ninguém fazendo isso antes de ir morar em Curitiba. Mas lá o normal é limpar as cacas. E eu acho certo.

Curitiba tem uma infinidade de parques e shoppings. Shopping é a diversão perfeita pra dias chuvosos. Parques são a escolha de muitos nos dias secos, com frio ou calor.

E tem montes de atividades culturais de graça como o festival de ópera no teatro Guaíra, filmes na Cinemateca, música erudita na Capela Santa Maria, filmes no museu Guido Viaro, clube de conversação de vários idiomas, etc. E outras tantas atividades culturais pagas que também valem o investimento.

E uma das coisas que eu mais estranhei na cidade: Em shows o povo é muito sossegado. Não vejo gente se descabelando e gritando como em outros lugares. Bom, não fui em shows de pop aqui, só metal. Mas em alguns shows de metal o público parece mais um monte de postes, paradinhos só ouvindo. Eu acho ótimo porque facilita pra eu fazer fotos ou vídeos, mas é bem diferente do comportamento das pessoas de outros lugares onde já fui em show.

O sistema de transporte na cidade é bem bom (o sistema integrado de Uberlândia é melhor, mas o de Curitiba é melhor que o sistema comum da maioria das cidades que já estive no país). E o SUS, ao menos no centro e antes da pandemia, funcionava até bem.

Infelizmente, na região central da cidade tem muitos moradores de rua. Não sei se acontece o mesmo na periferia.

Caso tenha ou pense em ter carro, o trânsito na cidade é horrível em dias de chuva. Vale mais a pena morar num lugar perto de onde for estudar ou trabalhar, ir de bicicleta ou pegar um uber, carona ou táxi se chover. Contribua para diminuir o trânsito.

Quanto a bairros, gosto da região do batel, água verde (a parte mais próxima ao Batel), Bigorrilho (que também é chamado de Champagnat) e Mercês. O Alto da XV e Alto da Glória são bem próximos ao centro, mas têm um tecido urbano maluco, com vários cruzamentos entre três ruas diferentes.

A cidade tem uma estrutura geral boa, com muitas opções de restaurantes, bares, pubs, cafeterias, grandes empresas, ciclovias, marcas de moda e beleza, bons supermercados, uma rede de serviços bastante ampla, universidades, e, ao menos pra mim, são poucas coisas que ultimamente são difíceis de encontrar na cidade. Há doze anos não era assim, mas a cidade evoluiu bastante.

Tem muitos restaurantes ruins, e ainda não conheci um bom que seja fabuloso. Talvez isso seja um dos maiores pontos fracos da cidade, na minha opinião. O paladar das pessoas de Curitiba parece não apreciar comida temperada. É tudo meio insosso, comparado às culinárias mineira e bahiana, minhas preferidas no Brasil.

Para quem vem do exterior, existem muitos descendentes de imigrantes na cidade, principalmente da Itália, Alemanha, Ucrânia, Polônia e do Japão.

A cidade não é muito original, é uma cidade imensa com jeitão de cidade do interior em muitas coisas, um conservadorismo considerável, e sem o jeito acolhedor das pessoas do interior do Brasil. Mas é um lugar agradável de viver e de bônus a gente fica mais forte, nos tornamos pessoas melhores, como nos casos de vencer a depressão sazonal, criar coragem para sair na chuva, e tantas outras oportunidades que a cidade oferece para o enriquecimento cultural e para o autoconhecimento e o rompimento de limitações. Não vou dizer que os nativos fazem o mesmo, mas deveriam.

A cidade está florida o ano todo e sempre tem lugares bonitos pra fotografar.

Se tiver mais dúvidas sobre a cidade, pergunte nos comentários que se eu puder respondo. Se tem dicas que não mencionei, comente também. Se gostou das dicas, pague-me um café: https://ko-fi.com/nycka



Nycka, the nomad

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