🇧🇷 Sobre estudar línguas estrangeiras

Quando comecei a estudar inglês, sem contar as aulas básicas que tinha no colégio, eu tinha 20 anos. Naquele momento eu tinha a impressão que todo mundo com mais de quinze anos já falava inglês. Um colega meu, então com 18, era professor do idioma e me encorajou a estudar. 
Hoje, lendo (e comentando) sobre o tema no Twitter alguém disse que nem todo mundo tem tempo, dinheiro ou oportunidade para estudar outros idiomas. A pessoa me bloqueou quando apontei um argumento contra cada um desses três pontos. Este texto é para quem quer vencer as desculpas e conseguir. Porque eu mesma me dava desculpas para não ter estudado inglês até os 20 anos e hoje vejo que as barreiras estavam em mim e que aquele meu colega me ajudou a rompe-las.
Minha única desculpa era exatamente o dinheiro. Eu ganhava um salário mínimo trabalhando na loja de minhas tias. Não dava para pagar um curso de inglês. E minha avó, com quem eu morava, me dizia não pra coisas muito mais baratas (e que nem eram despesas recorrentes como um curso que deve ser pago mensalmente). Então eu me sentia de pés e mãos atados, mesmo querendo aprender. Pensava em outras coisas, deixava esta vontade escondida sob o tapete, fingia que não estava ali. Minha avó pagou o curso pra mim, mas nem todo mundo tem um parente que tenha recursos pra isso. Ela bancou meu 1º semestre de italiano também. Então me mudei pra fazer o MBA e parei de estudar italiano. E descobri que o governo italiano subsidiava cursos do idioma no Brasil. Descobri onde tinha um curso assim em Porto Alegre, onde eu morava, mas era bem fora de mão. Adiei um pouco mais. Em Curitiba decidi retomar os estudos do idioma de Dante. Pesquisei e descobri uma escola (com o nome do escritor) perto de minha casa, no centro. E fiz um semestre intensivo. A gente pagava a matrícula e o material e cursava o semestre todo. Posteriormente descobri muitos cursos gratuitos ou de baixo custo de idiomas diversos, presenciais e online. Além do mais, quem quer mesmo pode pedir um patrocínio não só de parentes, mas da empresa para a qual trabalha, ou para algum empresário, político, etc. Talvez até funcione alguma proposta de troca de serviços com a escola ou um professor particular. Se é importante e ajuda ao nosso desenvolvimento pessoal e profissional, a gente vai achar um apoio. 
Na mesma época começou a chover trabalho! Sou consultora de estilo e comecei a ter clientes em todo o Brasil. A maioria para atender fora de Curitiba. Tinha duas aulas de italiano por semana e volta e meia tinha de faltar para atender clientes em outras cidades. E para recuperar o conteúdo sozinha antes da próxima aula era insano, mas consegui concluir o semestre. Para a pessoa no Twitter ainda apontei um ponto onde podemos facilmente encontrar tempo. Diminuir o tempo de uso de redes sociais. Eu amo ler, e tenho preferido ler ebooks que livros físicos porque, afinal, trabalho com comunicação digital, e consigo gerenciar o tempo de modo a ler e trabalhar simultaneamente. Mas mesmo para cursos presenciais a gente pode abrir mão de um tempo nas redes sociais. Hoje leio um livro por semana, mais ou menos, participo de um clube de conversação uma vez por semana e passo cerca de quatro horas por dia em redes sociais. Sem abrir mão de outras coisas importantes na vida. Eu, você, o Robert Pattinson e todo mundo temos as mesmas 24 horas no dia.
Quanto às oportunidades, elas surgem para quem acredita nelas, para quem se permite enfrentar as desculpas e encontrar um caminho de verdade em direção a ser a melhor versão de você mesmo. Nada é tão bom que não possa ser ainda melhor.

Nycka, the nomad 

Consultora em personal branding 360°

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